Confesso que o dia de Portugal nunca me disse grande coisa quando estava em Portugal. Agora à distância, a coisa muda de figura.
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi comemorado aqui, primeiro com o concerto da Mísia da quinta, uma recepção em casa do Embaixador no Sábado e culminou com um almoço no Centro Recreativo Lusitano de Escobar, organizado de Conselho das Comunidades Portuguesas na Argentina.
Consistiu num almoço acompanhado com folclore de Portugal. Ver mil pessoas, portugueses e descendentes, reunidas num local foi maravilhoso. As fisionomias eram familiares.
O almoço também se tornou interessante já me fiquei na mesma mesa de um antropólogo americano que vivia em Escobar e estava a estudar a comunidade boliviana. Qué raro, no?
Tivemos direito a danças do Ribatejo, Douro, Pauliteiros de Mirandela e Minho.
Nunca me soube tão bem escutar
Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existéncia singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tijela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!